terça-feira, dezembro 12

Esperança


Se quiseres partir amanhã
eu paro o mundo
com facilidade assim
com esta mão
e então descobriremos
o mais profundo fundo que há no mundo
que é no irmos fundo às coisas
que há razão
de verdades consumadas me consomem
de falácias bem montadas me alimentam
mas meu filho mora o reino do futuro
que é mais duro
e não vai ser com palavras
que o contentam
Se a morte lenta te rebenta sob a pele
a cada dia
e se no teu braço apenas sentes a força
de um cansaço organizado
mas manténs na tua fronte a dúvida
e o gosto pelo longe e a maresia
e se sentes no teu peito de criança
a alma de um sonho amordaçado
se quiseres partir amanhã
eu paro o mundo
com facilidade assim
com esta mão
e então descobriremos o mais profundo
fundo que há no mundo
que é no irmos fundo às coisas que há razão.
(Pedro Barroso)

3 comentários:

Anónimo disse...

Dagarman,
Confesso que há já alguns dias que não te visitava...
Perdoa-me pelas tantas vezes que te li e não marquei a minha presença... vim em silêncio e no silêncio fui... talvez, quem sabe, seja o silêncio o meu jeito de comunicar...
No entanto, hoje, tinha que te deixar algumas palavras... deixa-me felicitar-te pelo espaço que estás a criar, repleto de sentimentos e desejo de vida...
Voltarei para te ler nas entrelinhas...
Um beijo.

Anónimo disse...

Se quiseres partir amanhã, não esqueças esta empatia que se tornou em amizade!

Beijos ;)

Anónimo disse...

Adorei o texto, mas a imagem tem qualquer coisa de especial!...fugi momentaneamente para aquele lugar!
bjs