segunda-feira, novembro 27

Escuro

Longos os caminhos da procura,
passos silenciosos procuram a tua voz,
foge, corre, lamenta-te da solidão.


Eu morri, meu corpo são cinzas,
minha alma vagueia pela escuridão,
procuro, nada quero, frio e gelo...

Meu coração é pedra, cristalizada.
Nada sinto, nem ódio, nem amor,
a raiva paira pelo mundo.

Sangro, mas não choro...é apenas mais uma vida.
Se conseguisse perceber o mundo, lutava,
Só...entendo a morte.
Peter Murphy - The Scarlet Thing In You

sábado, novembro 25

Amor Eterno

Gosto de lhe ter nua,
arfante de desejo,
Com a pele eletrizada e
fremente com meus beijos.

Gosto de sentir seu cheiro,
seu gosto divinal
E de sentir o êxtase,
De nossa conjunção carnal.

Adoro o tom de sua voz,
Quando lhe sussurro
Palavras ardentes de amor,
Adoro o seu jeitinho de
Mulher dengosa,
Toda chorosa
ao nos amarmos com ardor.

Mulher maravilhosa na arte do amor,
Mulher decidida, se entrega com paixão,
Abraço apertado, beijo guloso e molhado,
Me excita, me enleva, me deixa louco de tesão.

Posso amar outras mulheres,
De você me afastar,
Mas, por mais que eu tente,
Nunca deixo de lhe amar.
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(Sergio Solrac)

sexta-feira, novembro 24

Poema à mãe

Dentro de ti vi a luz.
Amparaste-me nas minhas quedas.
Falaste quando precisei, calaste quando devias.
Amo-te muito, lembro-me da tua mão na minha testa.
Deste-me o que podias, e por vezes tambem o que não podias.
És a minha agua e o meu sol.
Trouxeste até à porta, mas não me largaste, ficaste.
És linda mãe...

quinta-feira, novembro 23

Coldfinger - Cover Sleeve

terça-feira, novembro 21

System of A Down-Boom

segunda-feira, novembro 20

Crónica Marciana
ou
A Explicação da Guerra
por
João Ventura

Quando Marte entrou nessa manhã no Olimpo, de cenho carregado, os deuses viram imediatamente que ele não estava satisfeito. Ao longe ainda podiam ouvir-se os ecos da trovoada que vinha na sua esteira. Pousou no chão a lança e o escudo e, tirando o capacete, colocou-o ao lado das armas.
Júpiter, reclinado no trono, bocejava; tinha andado na farra até altas horas e depenicava bagos de uva de uma bandeja ao alcance da mão esquerda, enquanto com a mão direita levava à boca, de quando em quando, uma taça de hidromel.
O grande salão tinha o aspecto habitual, enfeitado com grinaldas de rosas; ouvia-se o canto de aves de plumagem colorida; alguns deuses menores tocavam e dançavam, outros chapinhavam alegremente na piscina de água tépida e perfumada.
Indiferente ao ambiente, Marte avançou direito ao trono, as sandálias marcando um som cadenciado no chão de mármore branco, e à sua passagem as conversas iam morrendo, enquanto os deuses observavam o seu trajecto através do enorme salão.
Na presença de Júpiter, Marte disse:
- Preciso falar contigo, Pai dos Deuses! Em privado...
A vénia ritual foi quase imperceptível, mas Júpiter fingiu não reparar.
- Vamos ali para o escritório, disse Júpiter e, levantando-se do trono, dirigiu-se seguido por Marte para uma porta sobre a qual se lia "Conselho de Administração do Olimpo - Presidente".
O ruído das conversas no grande salão voltou lentamente ao normal. Apenas Juno se foi deslocando lenta e disfarçadamente em direcção à porta, para tentar ouvir alguma coisa do que se passava do outro lado. Afinal, as mães preocupam-se sempre com os filhos...
- De que se trata então? perguntou Júpiter, sentando-se numa poltrona e indicando outra a Marte.
Este manteve-se de pé, mas a sua postura era mais de desafio do que de respeito.
- Queria falar-te sobre a distribuição dos planetas que fizeste.
O rosto de Júpiter ficou mais sombrio e apenas disse:
- Fala!
- Aceito perfeitamente que tenhas ficado com o maior deles todos, com 16 luas e uma mancha vermelha, linda! Que a Saturno, teu pai, tenhas dado o segundo maior, cheio de anéis, com 18 luas. Embora ele tivesse a mania de comer os filhos e tu tivesses escapado por pouco, mas pronto, sabes que eu sempre fui muito respeitador da família. Que a teu avô Urano tenhas dado o terceiro em tamanho. Concordo que tenhas oferecido a Vénus o mais brilhante, com as nuvens a reflectir o Sol, uma verdadeira jóia, fazendo jus à sua beleza. Plutão levou o mais pequeno, mas também, sempre debaixo do chão a tratar dos mortos, para que quer ele um planeta?
Júpiter mexeu-se impaciente na poltrona, sem perceber onde levava o discurso de Marte.
- Agora que teu irmão Neptuno, esse velho gágá, sempre a tropeçar no tridente, enrolado com ninfas e sereias, as barbas cheias de limos, fique com o quarto em tamanho, rodeado de 8 luas, já me custa a engolir! Que Mercúrio, esse teu moço de recados, esse coscuvilheiro, esse fala-barato, apanhe o mais próximo do Sol, ainda por cima com uma órbita com precessão, passa das marcas! E a mim, dás-me um planeta sem água, uma atmosfera de dióxido de carbono, tempestades de areia que duram meses, praticamente sem campo magnético e com duas luas ridículas, a maior das quais tem 16 km de diâmetro. Duas pedras grandes!
Júpiter suspirou, enfadado. Já não podia com Marte, sempre a levantar problemas. Mas, com a intenção de preservar a paz no Olimpo, pôs a sua máscara de Pai dos Deuses generoso e perguntou:
- E o que querias tu?
Pareceu a Marte que ainda havia espaço de negociação e avançou:
- Dá-me o terceiro a contar do Sol. Só tem uma lua, é certo, mas tem terra e água, verde e amarelo, nuvens que baste...
Júpiter interrompeu-o.
- Nem pensar! Aí nesse planeta vou colocar uns novos entes: os Homens. Pretendo acompanhar pessoalmente a sua evolução. Vai ser o meu projecto mais importante! Quero fazer desse planeta um Olimpo terrestre!
Marte sentiu que tinha perdido. Quando falou, sentia-se a raiva contida:
- Muito bem! Mas já que falaste de projectos vou-te contar sobre um novo projecto que eu ando a desenvolver. Chama-se guerra psicológica.
O rosto de Júpiter exibiu sinais de surpresa e Marte, saboreando o facto de ter apanhado o Pai dos Deuses desprevenido, prosseguiu:
- Quando puseres os tais... Homens?... na Terra, eu vou-lhes meter no inconsciente (é uma coisa que eles vão ter dentro da cabeça sem saber que têm e com a qual vão pensar sem saber que pensam) um medo, um terror, uma suspeita de que em Marte vivem outros seres, assustadores, alienígenos, verdes, uns... aaa... marcianos, o nome até é bonito, marcianos, que estão a preparar uma invasão da Terra, para os escravizar, decapitar, empalar, eu sei lá... E eles hão-de viver sempre com esse medo dentro das cabeças, e quando olharem para cima será sempre com receio do ataque que poderá estar iminente. Adeus, oh Pai dos Deuses!
Juno mal teve tempo de se desviar da porta quando esta se abriu de rompante. Marte passou por ela sem a ver, caminhou rapidamente até à grande entrada do salão, pegou nas armas e saiu do Olimpo. Juno entrou no escritório:
- Então, Júpiter, que queria ele?
- Sempre te disse que isto de parires um filho sem a minha ajuda dava mau resultado. Este Marte não tem arranjo! Questionar a distribuição dos planetas feita por MIM!
E, com ar indignado, Júpiter voltou à sala do trono; a música ambiente acalmou-o, esqueceu a conversa com Marte e começou a dedicar o seu intelecto divino à magna tarefa de decidir o que iria fazer nessa noite (depois de Juno ter adormecido...)
-oOo-oOo-
Como poderia Orson Welles saber, milénios mais tarde, que todo o pânico causado por um célebre programa de rádio era afinal a consequência longínqua de uma birra do Deus da Guerra?

domingo, novembro 19

Conselhoes de Atisha

Conselhos vindos do coração de Atisha

Ao chegar ao Tibete, o Venerável Atisha foi para Ngari, onde permaneceu por dois anos e deu muitos ensinamentos aos discípulos de Jang Chub Ö.
Passado esse tempo, Atisha decidiu voltar para a Índia. Jang Chub Ö pediu que desse um último ensinamento.
Atisha respondeu que havia dado todos os conselhos de que necessitava mas, diante da insistência de Jang Chub Ö, Atisha acedeu em dar-lhes os seguintes conselhos:

Quão maravilhoso!Amigos, vocês têm grande conhecimento e claro entendimento, ao passo que eu não sou importante e tenho pouca sabedoria. Assim, não é apropriado que solicitem meus conselhos. Contudo, já que vocês, meus queridos amigos a quem prezo de todo coração, estão a pedir, dar-lhes-ei esses conselhos essenciais com minha mente infantil e inferior.
Amigos, até atingirmos a iluminação, o mestre espiritual é indispensável; logo, confiem e apoiem-se no sagrado Guia Espiritual.
Até compreendermos a verdade última, ouvir é indispensável; logo, ouçam as instruções do Guia Espiritual.
Uma vez que não podemos nos tornar Budas mediante mero entendimento intelectual do Darma, pratiquem intensamente, com compreensão.Evitem lugares que perturbem suas mentes e permaneçam sempre naqueles onde suas virtudes aumentem.Até atingirmos realizações estáveis, as diversões mundanas são danosas; logo, fiquem em lugares onde não haja tais distrações.
Evitem os amigos que provocam o aumento de suas delusões e apoiem-se nos que contribuem para o crescimento de suas virtudes. Levem esse conselho muito a sério.Já que atividades mundanas nunca têm fim, restrinjam suas atividades.Dediquem sempre suas virtudes, dia e noite, e vigiem a mente.Visto que receberam conselhos, quando não estiverem meditando pratiquem sempre de acordo com as palavras de seu Guia Espiritual.Se praticarem com grande devoção, os resultados surgirão imediatamente, sem que seja preciso esperar por muito tempo.
Os alimentos e recursos necessários virão parar naturalmente em suas mãos, se praticarem com sinceridade de acordo com o Darma.Amigos, as coisas que desejamos trazem tanta saciedade quanto beber água do mar; logo, pratiquem o contentamento.Evitem todas as mentes desdenhosas, vaidosas, orgulhosas e arrogantes e permaneçam apaziguados e mansos.
Evitem as atividades que, embora sejam consideradas meritórias, de fato, são obstáculos ao Darma.Lucro e respeito são laços dos maras, tirem-nos de seu caminho como se fossem pedras.Fama e palavras de elogio só servem para nos seduzir; logo, soprem-nas para longe como se assoassem o nariz.
Já que a felicidade, o prazer e os amigos que reunimos nesta vida só duram um instante, coloquem-nos todos em segundo plano.
Já que as vidas futuras duram por muito tempo, reúnam riquezas para abastecer o futuro.
Teremos que partir deixando tudo para trás; logo, não se apeguem a coisa alguma.
Gerem compaixão pelos seres inferiores e, especialmente, evitem desprezá-los e humilhá-los.
Não sintam ódio pelos inimigos nem apego aos amigos.
Não tenham inveja das boas qualidades alheias, mas adotem-nas pessoalmente com admiração.
Não procurem falhas nos outros, procurem-nas em vocês próprios e purguem-nas como se fossem mau sangue.
Não contemplem suas boas qualidades, contemplem as boas qualidades dos outros e respeitem a todos como um servo o faria.
Encarem todos os seres vivos como pais e mães e amem-nos como um filho o faria.
Mantenham sempre uma face sorridente e uma mente amorosa, e falem sinceramente, sem malícia.Se falarem muito dizendo coisas sem conteúdo, certamente se equivocarão; logo, falem com moderação e só quando necessário.
Se assumirem muitas atividades sem sentido, suas atividades virtuosas vão se degenerar; logo, interrompam atividades que não sejam espirituais.É completamente sem sentido dedicar esforço a atividades que não têm essência.
Se seus desejos não se realizarem, será pelo carma criado há muito tempo; logo, mantenham uma mente feliz e descontraída.
Acautelem-se, ofender um ser sagrado é pior do que morrer; logo, sejam honestos e diretos.
Visto que a felicidade e o sofrimento desta vida surgem de ações passadas, não culpem os outros.
Toda a felicidade vem das bênçãos de seu Guia Espiritual; logo, retribuam sempre sua bondade.
Já que não podemos domar as mentes alheias sem primeiro ter domado as nossas, comecem por domar suas próprias mentes.
Visto que terão de partir sem a riqueza que acumularam, não acumulem negatividade em nome de riqueza.
Prazeres distrativos não têm essência; logo, pratiquem o dar sinceramente.
Mantenham sempre disciplina moral pura, pois isso resulta em beleza nesta vida e em felicidade depois dela.
Visto que o ódio é abundante nestes tempos impuros, revistam-se com a armadura da paciência, livres de raiva.
O poder da preguiça é o que nos mantém presos ao samsara; logo, acendam a chama do esforço de aplicação.
Visto que ceder às distrações nos faz desperdiçar esta vida humana, agora é a hora de praticar concentração.
Sob a influência de visões errôneas não compreendemos a natureza última das coisas; logo, investiguem os significados corretos.
Amigos, não existe felicidade neste pântano, o samsara; assim, mudem-se para o solo firme da libertação.
Meditem de acordo com o conselho de seu Guia Espiritual e drenem o rio do sofrimento samsárico.
Avaliem muito bem tudo o que foi dito, pois não são apenas palavras que passam pela boca; são conselhos sinceros, vindos do coração.
Se praticarem dessa forma, irão me deleitar e criar felicidade para si próprios e para os outros.Eu, em minha ignorância, peço que recebam esses conselhos de todo o coração.
A mais alta habilidade é a realização do estado sem ego.
A mais elevada nobreza está em subjugar sua própria mente.
A mais elevada excelência está em ter uma mente que procure ajudar os outros.
O mais elevado preceito é a contínua vigilância e plena atenção serena.
O mais elevado remédio está em compreender a ausência de realidade de todas as coisas.
A mais elevada atividade está em não se conformar com preocupações mundanas.
A mais elevada realização é a diminuição e transmutação das paixões.
A mais elevada generosidade se encontra no desapego.

A mais elevada disciplina é uma mente pacífica.
A mais elevada paciência é a humildade.
A mais elevada persistência é abandonar o apego a todo fazer.
A mais elevada meditação é uma mente sem pretensões ou inclinações.
A mais elevada sabedoria é não se agarrar a algo assim que aparecer.

quinta-feira, novembro 16

A magia da solidariedade

quarta-feira, novembro 15

Citação

"A cultura assusta muito. É uma coisa apavorante para os ditadores. Um povo que lê nunca será um povo de escravos."

(António Lobo Antunes)

terça-feira, novembro 14

Os Inocentes

Um exercito batalha furiosamente
crianças e mulheres choram e fogem
a luta é cruel, mas tem que ser travada
os campos que dantes eram verdes
agora são negros com poças de sangue
enormes crateras rasgaram a terra
o ruido intenso desfarça os gritos de dor
uma criança fica imóvel a olhar
são os olhos da guerra
este olhar que nunca ninguem mais lhe tira
o horror de quem vê sofrer é marcante
há muitos olhares assim não andam pelo mundo
mas o poder fala mais alto
e os homens que olham para baixo nada vêem
as batalhas, essas continuam a ser travadas
sem regras nem dignidade
e os inocentes sofrem
até um dia, tudo acabar!

Sábio

A vida passa, o tempo passa
tudo passa por mim
mas eu não passo
eu sou vida
tu és vida
a vida passa por nós
e nós ficamos assim
embrulhados em palavras
em sentimentos feridos
em alegrias contidas
à espera do sabio
o tempo.
-----------------------
(Dagarman, até breve amigos)

sábado, novembro 11

Radiohead-«Idioteque»



Letra:

Who's in a bunker?
Who's in a bunker?
Women and children first
And the children first
And the children
I'll laugh until my head comes off
I'll swallow till I burst
Until I burst
Until I

Who's in a bunker?
Who's in a bunker?
I have seen too much
I haven't seen enough
You haven't seen it
I'll laugh until my head comes off
Women and children first
And children first
And children

Here I'm alllowed
Everything all of the time
Here I'm allowed
Everything all of the time

Ice age coming
Ice age coming
Let me hear both sides
Let me hear both sides
Let me hear both
Ice age coming
Ice age coming
Throw it in the fire
Throw it in the fire
Throw it in the

We're not scaremongering
This is really happening
Happening
We're not scaremongering
This is really happening
Happening
Mobiles squirking
Mobiles chirping
Take the money run
Take the money run
Take the money

Here I'm allowed
Everything all of the time
Here I'm allowed
Everything all of the time

Here I'm allowed
Everything all of the time
Here I'm allowed
Everything all of the time

Be Fathers to the children
Be Fathers to the children
Be Fathers to the children

Thom- Yeah Yeah....ok ok...

Pensei...

O principal vício do Homem é o dinheiro, há os “deallers” que tudo têm...outros precisam deles para alimentar o vício, e alguns “ressacam” uma vida inteira.

quarta-feira, novembro 8

Desafio

Desafio...a Angel "apanhou-me".... e pediu para aceitar o Desafio das Manias. Assim sendo... aqui vai:"Cada bloguista participante tem de enunciar 5 manias suas, hábitos muito pessoais que os diferenciem do comum dos mortais. E além de dar ao público conhecimento dessas particularidades, tem de escolher 5 outros bloguistas para entrarem, igualmente, no jogo, não se esquecendo de deixar nos respectivos blogues aviso do "recrutamento". Ademais, cada participante deve reproduzir este "regulamento" no seu blogue.

Aqui vai: (não tenho assim grandes manias mas...)

1º Adoro passear à chuva.

Não uso anéis nem fios, já usei, mas não gosto de usar.

3º Gosto de andar a pé na rua pela madrugada dentro, quando não se vê ninguem.

4º Não fumo em jejum, nem quando me vou deitar (pode-se considerar uma mania)

5º Nunca vou dormir de estomago vazio, como sempre qualquer coisa antes de me deitar.

Desafio:
Fellings
Enfim...
Venus
Daniela Mann
ana p.

terça-feira, novembro 7

Mocho

O coiote corta o vento na pradaria,
procura o cheiro da felicidade.
Um americano gordo e sorridente,
olha para as suas perolas e pensa em dólares.
Uma topeira rasga a terra,
cega para encontrar o seu ouro.
Um falcão observa o mundo no cima dos ceus,
vê uma presa ferida decide atacar.
Um homem pesca no rio,
procura o seu equilibrio.
Um ministro toma uma decisão dificil,
e mata mil pessoas.
Uma mulher trai um homem,
a familia fica desfeita.
Uma criança que nasce,
o mundo ganha mais luz.
Um jovem que morre,
sente-se uma injustiça.
Um caçador mata um coelho,
o mocho pergunta porquê?
O mocho olha para a lua,
e ofusca-se com o mundo.

sábado, novembro 4

Radiohead - Pyramid Song


Esta tristeza que nos consome, e nos deixa a pensar...e a pensar!! Esta dor que não doi mas sente...se todos os seres sofrem por estarem vivos, eu tambem sofro, mas um sofrimento incolor que rasga o meu sol, que me deixa a pensar no mundo, nas pessoas, nas guerras e nos porquês, de tudo e mais alguma coisa, as necessidades que temos e para quê? Para termos uma sensação de felicidade, embora a felicidade não exista, só somos felizes quando acordamos, e partimos para outra dimensão.
Radiohead - Creep



*Para ti que estás sempre no meu coração.

sexta-feira, novembro 3

Stig

" Nascido em 1923, em Alvkarleby, na Suécia, Stig Dagerman desejou, desde a
adolencência, querer a eternidadedo que se quer. É no confronto com esta impossibilidade consubstâncial do desejo que se irá desenvolver toda a obra de Dagerman, tornando o seu frente a frente com a morte -
psíquica e física - ponto de partida de uma ligação apaixonada e inquieta, empenhada e crítica, íntima e partilhada, com a história contemporânea.
Stig escreve romances, contos, peças de teatro, reportagens, viaga e recolhe dados sobre os modos de vida e problemas de comunidades, países ou grupos humanos em crise; dilacera-se na tensão entre as exigências ou impulsos imediatos e a necessidade de permanênciaque o habita.
A actualidade do autor revela-se ao longo de toda a sua obra de resistência à mentira, como alicerce e esteio da acção humana, tornando assim os seus textos quase intemporais. A augústia apresenta-se sempre, em todos os seus livros, como tema dominante: «A angústia é algo que anda connosco, que sempre e por toda a parte nos acompanha. Procuramos livrar-nos dela pela mentira, insuflando na nossa existência uma coragem fictícia e nas nossa acções um optimismo vil; é por isso que toda a nossa exisência é falseada e que as agressões e violência são inevitáveis.»
Dagerman acabará por suicidar-se a 4 de Novembro de 1954 na sua garagem. «Um acidente de trabalho do autor consigo próprio», escreve Olof Lagercrantz, seu biógrafo."

quarta-feira, novembro 1

AMOR DOS FOGOS

.....vêm sôfregos os peixes da madrugada
beber o marítimo veneno das grandes travessias
trazem nas escamas a primavera sombria do mar
largam minúsculos cristais de areia junto à boca
e partem quando desperto no tecido húmido dos sonhos
.... vem deitar-te comigo no feno dos romances
para que a manhã não solte o ciúme
e de novo nos obrigue a fugir....
.... vem estender-te onde os dedos são aves sobre o peito
esquece os maus momentos a falta de notícias a preguiça
ergue-te e regressa
para olharmos a geada dos astros deslizar nas vidraças
e os pássaros debicam o outono no sumo das amoras....
.... iremos pelos campos
à procura do silente lume das cassiopeias...
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Al Berto